segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

O PRETÉRITO, O PRESENTE E O FUTURO

 Os dias do Carnaval trouxeram os netos para o Monte. A lida hoje começou cedo, andamos na limpeza das oliveiras com a ajuda valiosa do Valter e do Diogo. Para o mais velho, eu, fica o trabalho de “esgalhar” os ramos cortados para aproveitar a rama para triturar para compostagem.  As oliveiras têm um conjunto de características extraordinárias para além da beleza, dão as azeitonas e, naturalmente, o azeite, dão a lenha que aquece quando se queima e quando se corta e dão a rama que vai enriquecer a terra depois de triturada e decomposta.

À medida que separo a rama mais fina o Simão e o Tomás carregam-na para o moitão onde aguarda pela trituradora.

Felizmente são vontadeiros e ajudam. Às tantas, oiço o Simão dizer para o Tomás qualquer coisa como, “isso é o pretérito” ao que o Tomás responde não saber o que é isso.

O Simão com a sua enorme experiência de 4º ano explica que são os tempos dos verbos e que ele vai aprender no 3º ano, pretérito é o que já passou e também há o presente e o futuro.

O Tomás, ainda no 1º ano e pouco convencido, deve ter achado demais e pergunta se vai aprender tudo ao mesmo tempo.

Sim, vais aprender o presente e o futuro ao mesmo tempo.

Acho que nem o Simão sabe quanto isto pode ser assim. O futuro destes miúdos, de todos os miúdos constrói-se no presente mesmo que eles não se dêem conta. Mais grave é muita gente mais crescida e com mais responsabilidade não entender que assim é.

É por isso que este presente ainda se torna mais preocupante e dele é preciso cuidar.

Bom, mas isto não é conversa para os dias de Carnaval.

E são assim os dias mágicos da avozice, estes no Alentejo.   

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