Os dias do Carnaval trouxeram os netos para o Monte. A lida hoje começou cedo, andamos na limpeza das oliveiras com a ajuda valiosa do Valter e do Diogo. Para o mais velho, eu, fica o trabalho de “esgalhar” os ramos cortados para aproveitar a rama para triturar para compostagem. As oliveiras têm um conjunto de características extraordinárias para além da beleza, dão as azeitonas e, naturalmente, o azeite, dão a lenha que aquece quando se queima e quando se corta e dão a rama que vai enriquecer a terra depois de triturada e decomposta.
À medida que separo a rama mais
fina o Simão e o Tomás carregam-na para o moitão onde aguarda pela trituradora.
Felizmente são vontadeiros e
ajudam. Às tantas, oiço o Simão dizer para o Tomás qualquer coisa como, “isso é
o pretérito” ao que o Tomás responde não saber o que é isso.
O Simão com a sua enorme
experiência de 4º ano explica que são os tempos dos verbos e que ele vai
aprender no 3º ano, pretérito é o que já passou e também há o presente e o
futuro.
O Tomás, ainda no 1º ano e pouco
convencido, deve ter achado demais e pergunta se vai aprender tudo ao mesmo
tempo.
Sim, vais aprender o presente e o
futuro ao mesmo tempo.
Acho que nem o Simão sabe quanto
isto pode ser assim. O futuro destes miúdos, de todos os miúdos constrói-se no presente
mesmo que eles não se dêem conta. Mais grave é muita gente mais crescida e com
mais responsabilidade não entender que assim é.
É por isso que este presente
ainda se torna mais preocupante e dele é preciso cuidar.
Bom, mas isto não é conversa para
os dias de Carnaval.
E são assim os dias mágicos da
avozice, estes no Alentejo.
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