Está a decorrer em Lisboa uma nova manifestação de professores em que se aguarda uma participação significativa que pode mesmo recordar 2008 no tempo de má memória de Maria de Lurdes Rodrigues.
Como é óbvio não sei que
consequências terá e em matérias como recuperação do tempo de serviço “congelado”,
estatuto salarial, modelo e gestão da carreira docente, contratação e formação,
modelo de avaliação, etc., mas as políticas públicas que nestas matérias têm
vindo a ser anunciadas não são animadoras. Também não têm sido animadores os
sinais e os discursos das tutelas, Educação e Finanças.
Mais uma vez, o nível de insatisfação, desânimo e desmotivação, cansaço,
desvalorização, dos professores é demasiado elevado para que não suscite a
urgência de um acordo justo. A história não absolverá a responsabilidade da sua não consideração
e a manutenção deste cenário.
Tantas vezes afirmo que alguns
dos problemas dos professores são também problemas nossos. Sempre assim
acontece quando está em causa a qualidade da educação e da escola, pública ou
privada, e o trabalho de alunos, professores e pais.
Não podemos esquecer que os
sistemas educativos com melhor qualidade, independentemente dos critérios de
qualidade são, em regra, os que mais valorizam os professores, em termos
sociais, em termos profissionais e também no estatuto salarial.
É verdade que muitos discursos e
políticas públicas definidas pela tutela nos últimos anos, muitos discursos de alguns
afirmados representantes dos professores e mesmo de alguns professores, muitos
discursos de opinadores ignorantes e/ou com agenda, são fortes contributos para
o clima que se vive nas escolas.
Sei também que o futuro passa
pela educação e pela escola donde … não podem comprometer o futuro que se
constrói todos os dias nas salas de aula.
Sei que a defesa da qualidade da
educação e da escola, pública e também privada, passam incontornavelmente pela
defesa e valorização das condições de trabalho, em diferentes dimensões, que
possibilitem que o trabalho de escolas, professores, directores, técnicos,
funcionários, alunos e pais tenha o melhor resultado possível.
O que é que não se percebe neste
cenário que inibe a construção de um entendimento justo?.
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