No Expresso encontra-se um trabalho muito interessante sobre uma problemática que muitas vezes esquecemos que existe, o analfabetismo.
Apesar da evolução dos inaceitáveis
indicadores herdados do estado novo ainda é surpreendente que de acordo com o Censo
de 2021 ainda tenhamos cerca de 300 000 pessoas, 3,1 %. Como esperado, os
mais velhos revelam maiores taxas de analfabetismo, mas continuam a existir
mais de 16 mil pessoas entre os 40 e os 49 anos nessa situação, entre os 30 e
39 são mais de nove mil entre e até aos 30 existem quase oito mil
jovens analfabetos.
Como disse, temos registado uma
evolução significativa, no Censo de 2011 apurou-se uma taxa de analfabetismo de
5.15%. Sendo certo que este dado representa um salto relevante face a 25.7% em
1970 a verdade é que ainda mantemos uma taxa demasiado elevada. A educação de
adultos é hoje uma área de forte investimento em diversos sistemas educativos
mesmo em países taxas de alfabetização bastante acima das nossas.
Se à taxa de analfabetismo
acrescentarmos o analfabetismo funcional, pessoas que foram escolarizadas, mas
que não mantêm competências em literacia, a situação é verdadeiramente
prioritária, atingirá certamente pelo menos dois milhões de portugueses.
Conforme a peça do Expresso refere muitas das iniciativas decorrentes de
projectos ou programas de qualificação acabam por não abranger quem parte do
zero.
Tantas vezes é preciso afirmar,
os custos em educação não representam despesa, são investimento e com retorno
garantido.
A propósito do analfabetismo por
aqui no Alentejo canta-se:
(…)
É tão triste não saber ler
Como é triste não ter pão
Quem não conhece uma letra
Vive numa escuridão
(…)
O analfabetismo parece algo de
anacrónico nos tempos que vivemos, mergulhados num mundo de literacias com
gente ao lado que não sabe ler nem escrever.
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