Mais uma vez voltei ao Agrupamento de Escolas de Santo António, na zona do Barreiro, para uma conversa com um numeroso grupo de pais/mães de alunos que começam este ano o 5º ano. O Agrupamento é um daqueles territórios educativos onde, dizem, se faz “intervenção prioritária” ainda que, em bom rigor e tal como em todos os territórios educativos, se realize a intervenção possível.
Apesar da redução da actividade
profissional o trabalho com pais e encarregados de educação é sempre
estimulante. Mais estimulante é quando estamos numa comunidade educativa que
procura empenhadamente construir um futuro melhor para os seus filhos ou alunos, muitos dos
quais a viver em circunstâncias de alguma vulnerabilidade.
Buscar por um inexistente manual
de instruções para lidar com os filhos, ajudar a construir um caminho que os
leve sem grandes sobressaltos ao futuro, dá sempre origem a histórias e
inquietações que partilhadas ajudam a pensar e a fazer.
Para além de abordarmos algumas
questões mais específicas relativas à transição do 4º para o 5º ano e noutra
escola com características diferentes, acordámos em ideias simples e que
parecem bons contributos.
Educar pode traduzir-se em ajudar
alguém a tomar conta de si próprio. Assim, a autonomia é o fio estruturante da
acção educativa e começa no berço. Quanto mais autónomos mais autodeterminados
e auto-regulados as crianças e jovens serão, menos será necessário "tomar
conta deles", eles saberão tomar conta de si de forma adequada.
O afecto é imprescindível, não
existe "afecto a mais" ou, noutra versão, "mimos a mais".
Existe mau afecto e mau mimo e mau porque é tóxico, faz mal e não por ser
muito. As regras e os limites são bens de primeira necessidade. Tal como com os
afectos, nenhuma dieta educativa pode prescindir de regras e limites.
A educação, escolar ou familiar,
assenta relação que tem como ferramenta essencial a comunicação. A comunicação
é essencial, em qualquer idade.
Os pais, todos os pais
independentemente da sua qualificação escolar têm um papel importante na sua
relação com a escola e na relação dos seus filhos com a escola.
Estudar e adquirir uma
qualificação é o melhor passaporte para o futuro e os pais ajudam a adquiri-lo
em conjunto com a escola.
Foi boa a conversa, um dia destes lá voltarei.
1 comentário:
É sempre bom refletir no início do ano letivo!Tocas em pontos que considero chaves: qualidade de interação, regulação e autonomia
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