Num trabalho no Público lê-se que até Setembro se aposentaram 1666 professores o que constitui um número recorde, estimando-se que até final de 2022 se reformem mais de 2220 o que, se acontecer, será também o número mais alto num ano.
Este quadro estava estudado e
previsto há já alguns anos, mas as políticas públicas não acautelaram os efeitos do
envelhecimento da população docente e a consequente e imperiosa necessidade de professores.
Aliás, as políticas seguidas em
matéria de educação também contribuíram para o cansaço, desencanto e desejo de
abandono da profissão que se foi instalando em muitos docentes e a baixa atractividade
que inibiu a motivação pela carreira, única forma de a rejuvenescer.
A propósito, relembro que há já
uns anos, uma professora, na altura também aluna num mestrado, me perguntava,
com um ar meio sério, meio a brincar, se podia desenvolver um doutoramento a
partir de uma questão que ouvia frequentemente nas salas de professores das
escolas, quando no meio da burocracia e das actividades ainda havia tempo para
passar na sala de professores, “quanto tempo é que te falta?”. A sua ideia não
foi para a frente enquanto doutoramento, mas o que lhe está subjacente é bem
claro e bem preocupante. O resultado está à vista.
Na verdade, ser professor é uma
das funções mais bonitas do mundo, ver e ajudar os miúdos a ser gente, mas é
seguramente uma das mais difíceis e que mais valorização e apoio deveria
merecer. Do seu trabalho depende o nosso futuro, tudo passa pela educação e
pela escola.
Qual é parte que não se percebe?
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