quinta-feira, 15 de setembro de 2022

À CONVERSA COM PAIS

 Mais uma vez voltei ao Agrupamento de Escolas de Santo António, na zona do Barreiro, para uma conversa com um numeroso grupo de pais/mães de alunos que começam este ano o 5º ano. O Agrupamento é um daqueles territórios educativos onde, dizem, se faz “intervenção prioritária” ainda que, em bom rigor e tal como em todos os territórios educativos, se realize a intervenção possível.

Apesar da redução da actividade profissional o trabalho com pais e encarregados de educação é sempre estimulante. Mais estimulante é quando estamos numa comunidade educativa que procura empenhadamente construir um futuro melhor para os seus filhos ou alunos, muitos dos quais a viver em circunstâncias de alguma vulnerabilidade.

Buscar por um inexistente manual de instruções para lidar com os filhos, ajudar a construir um caminho que os leve sem grandes sobressaltos ao futuro, dá sempre origem a histórias e inquietações que partilhadas ajudam a pensar e a fazer.

Para além de abordarmos algumas questões mais específicas relativas à transição do 4º para o 5º ano e noutra escola com características diferentes, acordámos em ideias simples e que parecem bons contributos.

Educar pode traduzir-se em ajudar alguém a tomar conta de si próprio. Assim, a autonomia é o fio estruturante da acção educativa e começa no berço. Quanto mais autónomos mais autodeterminados e auto-regulados as crianças e jovens serão, menos será necessário "tomar conta deles", eles saberão tomar conta de si de forma adequada.

O afecto é imprescindível, não existe "afecto a mais" ou, noutra versão, "mimos a mais". Existe mau afecto e mau mimo e mau porque é tóxico, faz mal e não por ser muito. As regras e os limites são bens de primeira necessidade. Tal como com os afectos, nenhuma dieta educativa pode prescindir de regras e limites.

A educação, escolar ou familiar, assenta relação que tem como ferramenta essencial a comunicação. A comunicação é essencial, em qualquer idade.

Os pais, todos os pais independentemente da sua qualificação escolar têm um papel importante na sua relação com a escola e na relação dos seus filhos com a escola.

Estudar e adquirir uma qualificação é o melhor passaporte para o futuro e os pais ajudam a adquiri-lo em conjunto com a escola.

Foi boa a conversa, um dia destes lá voltarei.

1 comentário:

Anónimo disse...

É sempre bom refletir no início do ano letivo!Tocas em pontos que considero chaves: qualidade de interação, regulação e autonomia