“Acho mais sinceros os dias de chuva. Nos dias que em chove ponho-me a pensar que não sou só eu que vivo arreliado. Depois, o cheiro da terra molhada é que me faz de novo animar.” (Almada Negreiros)
Já chove no Meu Alentejo. Que
saudades desta chuva a bater no telhado e a cair certinha, bem chovida, a entrar na terra. Ainda não será suficiente para alimentar nascentes, mas é muito bem-vinda. A terra gretada pela secura que parecia chorar
lágrimas secas pela chegada da chuva, as lágrimas molhadas, já liberta o
inconfundível cheiro de que falava Mestre Almada e que me deixa mais animado.
Bem que era precisa a água e
oxalá ela também pudesse lavar e levar estes tempos malinos e a mediocridade da
generalidade das lideranças que nos coloca outra vez à beira do abismo. Não aprendemos
de todo. São tempos em que o terrorismo assume múltiplas formas e chega ao
poder, aos poderes.
Esta chuva vai renovar e fazer crescer o verde
que estava a desaparecer e tudo ficará mais bonito.
A terra vai ficar melhor, já
chove no Meu Alentejo.
Esperemos que continue, mas as
previsões não são animadoras. Para o estado do mundo também não.
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