Gostei de ler “Como posso eu
apoiar a escolaridade dos meus filhos?” de Lourdes Mata no Público.
“ (…)
(…)
Muitas vezes tenho escrito no Atenta
Inquietude que apesar dos estilos de vida pouco amigáveis é muito importante
que os pais e encarregados de educação, no âmbito da educação familiar assumam
algum envolvimento com a vida escolar.
É comum que este envolvimento
seja entendido fundamentalmente por estabelecer contactos com a escola ou
participar nas reuniões de pais e “ajudar” nos trabalhos de casa dos filhos.
Como está escrito no texto é bem
mais do que isso.
Deixando de lado, os contactos
com a escola pela sua relevância óbvia, algumas notas breves.
Existe uma forte associação entre
o desempenho escolar dos alunos e o nível de escolaridade dos seus pais/encarregados
de educação. Por outro lado, sabemos também que temos ainda um baixo nível de
qualificação escolar em muitas das nossas famílias.
Neste cenário e como tantas vezes
refiro apoiado em estudos de diferente natureza, o recurso excessivo aos
trabalho de casa, sobretudo em alunos mais novos (menos autónomos) coloca
muitas vezes dificuldades aos pais que querem ajudar mas não “sabem” e não
conseguem a ajuda externa, as “explicações”, criando-se desta forma situações
que alimentam desigualdade de oportunidades.
No entanto, se considerarmos que "Trabalho" Em Casa não é o mesmo que Trabalho Para Casa, por princípio, todos os
pais, independentemente, do seu nível de escolaridade, são capazes, podem e devem envolver-se … na vida escolar dos filhos. Conversar sobre as dificuldades, incentivo ao
conhecimento e à curiosidade, promoção e envolvimento em actividades de lazer de natureza variada, ler (independentemente
do suporte) ou brincar ao ar livre e tantas outras, comunicação sobre assuntos do dia-a-dia,
promoção de rotinas e formas de organização mais eficientes e saudáveis,
aproveitar o que está à volta para criar “mundo” e autonomia nos miúdos, são
apenas exemplos do muito que pode ser feito pelos pais com reflexos positivos
no processo de escolaridade dos filhos.
Trata-se de uma matéria que
abordo com regularidade em conversas com pais que sinto estarem de forma geral
disponíveis para este olhar.
Sabemos todos, quase não adianta
referir, que muitos pais, por negligência, por dificuldades grandes com
horários, por insegurança ou por algum desconhecimento do papel que também
neste campo podem ter, não assumem os procedimentos e atitudes que mais
desejaríamos.
Por isso … temos de insistir. É bom
para as crianças e adolescentes.
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