Dado que este fim-de-semana não
foi lá para os lados do Alentejo e como procuro fazer todos os dias que posso, saí
cedinho para minha caminhada, o tempo da corrida acabou há três anos, a coluna já não é o
que era mesmo depois da cirurgia.
Estava ainda uma chuvinha leve
abençoada nestes tempos feios de seca. Não resolve se não passar disto mas ainda
assim alegra.
Apesar de ser daquela chuva que
dizem que só molha tolos a minha auto-estima treme porque acho que molha mesmo.
Acontece que certamente, com custos ambientais, inventaram umas fibras
que sendo praticamente impermeáveis se mantêm respiráveis e que nos permitiram
dispensar aqueles casacos mais clássicos em nylon que quando não metiam água da
chuva por fora, nos deixavam encharcados por dentro devido ao efeito de sauna.
Satisfeito com esta cómoda solução
têxtil e embalado pelo passo lento, lembrei-me de repente como seria
interessante que se inventasse uma forma de proteger a vida dos miúdos das
intempéries que alguns deles têm à volta e tornar a vida um pouco mais
confortável. Poderia ser criado um dispositivo de protecção que fosse quase
impermeável às agruras dos tempos maus, protegendo-os das mais pesadas pois
também é preciso passar por algumas e que, ao mesmo tempo, fosse respirável, ou
seja, não fosse um dispositivo que os mantivesse numa redoma estanque e os
asfixiasse, mas sim algo que lhes permitisse continuar a respirar, a viver. Um
dispositivo desta natureza seria um bem precioso.
Mas esta é uma ideia
completamente disparatada que seguramente foi motivada pela água que entretanto
fui apanhando na cabeça. Quem me mandou andar à chuva.
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