Como diria António Variações,
olhar para trás, pensamento em frente.
A data de 17 de Abril de 1969 dirá
coisa nenhuma à esmagadora maioria dos actuais alunos do ensino superior.
Brevemente, naquele dia o então
Presidente da República Américo Thomaz e o Ministro da Educação José Hermano
Saraiva estavam em Coimbra para inaugurar o novo edifício do Departamento de Matemática
da Universidade de Coimbra.
A sua chegada à cidade já tinha
sido já objecto de protestos significativos e no final do discurso de
inauguração o Presidente da Direcção-geral da Associação Académica de Coimbra,
Alberto Martins que viria a ser um elemento de peso no PS em cima de uma
cadeira afirma pede a palavra em nome dos estudantes de Coimbra. Como era hábito
naquele tempo, foi-lhe recusada e os protestos e a consequente repressão
atingiram enormes proporções.
Estávamos no começo da Crise
Académica de 1969, uma sucessão de acontecimentos que marcaram aquele tempo cinzento, de chumbo.
Os tempos que correm dão sentido
ao relembrar da história e à necessidade de resistir à recuperação e divulgação de ideias e
valores que não queremos.
Num tempo em que o peso da
História na formação dos mais novos parece estar a ser revisto em baixa, fascismo
nunca mais, cá ou em terra alguma.
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