quarta-feira, 17 de abril de 2019

DA HISTÓRIA E DA RESISTÊNCIA


Como diria António Variações, olhar para trás, pensamento em frente.
A data de 17 de Abril de 1969 dirá coisa nenhuma à esmagadora maioria dos actuais alunos do ensino superior.
Brevemente, naquele dia o então Presidente da República Américo Thomaz e o Ministro da Educação José Hermano Saraiva estavam em Coimbra para inaugurar o novo edifício do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra.
A sua chegada à cidade já tinha sido já objecto de protestos significativos e no final do discurso de inauguração o Presidente da Direcção-geral da Associação Académica de Coimbra, Alberto Martins que viria a ser um elemento de peso no PS em cima de uma cadeira afirma pede a palavra em nome dos estudantes de Coimbra. Como era hábito naquele tempo, foi-lhe recusada e os protestos e a consequente repressão atingiram enormes proporções.
Estávamos no começo da Crise Académica de 1969, uma sucessão de acontecimentos que marcaram aquele tempo cinzento, de chumbo.
Os tempos que correm dão sentido ao relembrar da história e à necessidade de resistir à recuperação e divulgação de ideias e valores que não queremos.
Num tempo em que o peso da História na formação dos mais novos parece estar a ser revisto em baixa, fascismo nunca mais, cá ou em terra alguma.

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