Pode parecer estranho e peço
desculpa aos que sentem a sua vida complicada mas já tinha saudades de um dia
assim, cabaneiro como aqui se fala, frio, chuva forte e algum vento, cor
cinzenta carregada que contrasta com a terra finalmente vestida de verde.
A água é bem-vinda e a terra
agradece. E nós também, a água é a fonte de onde tudo vem.
Os velhos como eu gostam de dizer
“como os invernos de antigamente”, conversa de velho, é claro.
É um tempo que convida a ler
coisas que estavam em lista de espera, a escrever algo não urgente, a ouvir
sons que menos habituais, a arrumar o que aguardava oportunidade, sobretudo,
disponibilidade, a um chá bem quente.
São assim os dias de Inverno,
cabaneiros aqui no Alentejo.
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