Gostei de ler o texto da
professora Isabel Leite “Que Educação para a Infância temos e qual queremos?” no Público. O título do texto
corresponde a uma iniciativa sobre a problemática da educação para a infância
que hoje se realiza em Évora.
(…)
Como apontam diversos especialistas, os serviços para crianças dos 0-3
deveriam aliar ao cuidar uma intencionalidade educativa em articulação com o
trabalho que se desenvolve nas etapas posteriores; podemos afinar a
continuidade entre o pré-escolar e o 1.º ciclo; necessitamos de mecanismos de
monitorização da própria acção educativa e de um maior conhecimento dos efeitos
de diferentes modelos e práticas pedagógicas.
(…)
Como é afirmado no texto o
desenvolvimento e crescimento equilibrado e positivo dos miúdos é fortemente
influenciado pela qualidade das experiências educativas nos primeiros anos de
vida, de pequenino é que ...
Assim, existem áreas na vida das
pessoas que exigem uma resposta e uma atenção que sendo insuficiente ou não
existindo, se tornam uma ameaça muito séria ao futuro, a educação de qualidade
para os mais pequenos é uma delas.
Neste sentido, como há algum
tempo também em texto de opinião escrevi no Público e é sempre de sublinhar, a
educação pré-escolar é bastante mais que a “preparação” para a escola e não
deve enredar-se no entendimento de que é uma etapa na qual os meninos se
preparam para entrar na escola embora se saiba do impacto positivo que assume
no seu trajecto escolar.
Na verdade, as crianças estão a
preparar-se para entrar na vida, para crescer, para ser. A educação pré-escolar
num tempo em que as crianças estão menos tempo com as famílias tem um papel
fundamental no seu desenvolvimento global, em todas as áreas do seu
funcionamento e na aquisição de competências e promoção de capacidades que têm
um valor por si só e não como etapa preparatória.
Curiosamente o Ministro da
Educação em entrevista escrita ao JL em Dezembro de 2017 falava do "Ensino
Pré-escolar".
Este período, dos 0 aos
6 anos, que deveria estar sob tutela do Ministério da educação e não como actualmente,
a Segurança Social tutela entre 0 e os 3 anos, cumprido com qualidade e acessível a todas as crianças, será, de
facto, um excelente começo da formação institucional de cidadãos. Esta formação
é global e essencial para tudo que virão a ser e a fazer no resto da sua vida.
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