Um estudo “O mercado de trabalho
em Portugal e nos países europeus” realizado pela Fundação Europeia para a
Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho com base nos dados recolhidos pelo
Eurostat mostra mais uma vez uma realidade que alguns teimam em esconder ou
esquecer.
Por ano, os portugueses passam em
média mais três semanas no trabalho do que alemães ou holandeses e também gozam
menos dias de férias, 22 dias face aos 30 dias dos alemães e os 25 dias dos
holandeses sendo que a média europeia é de 24,6 dias de férias por ano. (lembram-se
da nacionalidade daquele rapaz, Jeroen Dijsselbloem ex-presidente do Eurogrupo, que acusou os países do
Sul da Europa de gastar dinheiro "em copos e mulheres" quando eram
habitual falar dos “preguiçosos do sul”?).
Estes dados apenas mostram a
continuidade do têm sido os últimos anos. É claro que também seria interessante
comparar os dados actuais dos níveis salariais em função das horas de trabalho.
Sim eu sei que tempo de trabalho não tem relação directa com produtividade mas
como indicador é pertinente. Aliás é como é sabido, quase sempre a questão não
é mais trabalho mas melhor trabalho. Sobre esta questão importa também não esquecer que Mais
de um terço dos empregadores (dirigentes, directores e gestores) em Portugal tem
apenas a escolaridade básica, ou seja, menos qualificação média que os
empregados.
Dá tanto jeito vender a ideia de
que os preguiçosos do Sul não trabalham e por isso merecem a pobreza. Assistimos
há demasiado tempo a uma despudorada e intencional manipulação de dados para
intoxicar as opiniões públicas de muitos países incluindo por cá.
A estatística é uma chatice, dá
cabo dos preconceitos.
Ou não.
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