A trapalhada e o alarido que se instalou nos últimos tempos sobe as famosas SCUT, não parece em vias de acalmar apesar de sucessivamente se anunciar um acordo entre PS e PSD. Num país em que as auto-estradas se pagam alguém entendeu por bem, política “oblige” que se construíssem algumas que não teriam custos. Passados alguns anos e como a factura tem de ser paga e o dinheiro não abunda, parece então necessário começar a pagar. Como seria de prever ninguém quer pagar o que, aliás, vai bem com a nossa cultura, o estado tem de garantir tudo, gratuitamente, em todas as dimensões da nossa vida.
De facto, de uma forma geral, tendemos a achar que nada deveríamos pagar e tudo deveríamos ter, sem pagar, é claro. Apesar de termos uma das mais elevadas cargas fiscais da União Europeia, também temos uma alta taxa de evasão fiscal. É frequente a tentativa individual, ou institucional (há empresas com gabinetes dedicados), de escapar ao pagamento e, basicamente, a grande fonte de rendimento do estado é o trabalhador por conta de outrem e o IVA.
Achamos que tudo o estado deve providenciar e nada deveríamos pagar ao estado ou seja, entendemos que deveríamos ser um País SCUT – sem custos para o utilizador.
A grande questão é o que faz o estado com o dinheiro que pagamos, como controlar o desperdício e o despesismo, como evitar o despudor ético do alimentar de clientelas partidárias em empregos e instituições criadas e sustentadas pelo que pagamos sem nenhuma espécie de utilidade ou justificação.
Estamos, assim, numa situação no mínimo curiosa, a maioria de nós paga, porque não consegue fugir, um insuportável custo por ser um utilizador do país e entende que o País deveria funcionar sem custos para o utilizador. Só me escapa o como, pois somos na verdade um país ECUT - Enormes Custos para o Utilizador.
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