sexta-feira, 30 de julho de 2010

SE FOSSE FICÇÃO ERA MAU, COMO REALIDADE É UMA TRAGÉDIA

Poderiam fazer parte dum argumento de um filme de segunda, qualquer coisa entre a farsa, o burlesco e o non sense sem qualidade, mas não, fazem parte do mundo real de um país real que, frequentemente, parece de ficção. Vejamos.
Passados cinco anos de investigação de um mega processo judicial, o caso Freeport, a acusação é ridícula, os investigadores afirmam que não tiveram tempo para investigar tudo, parece que perderam o rasto das verbas envolvidas e, finalmente, o Procurador-geral manda investigar a investigação. Mais bizarro era impossível.
Ao fim de seis anos de julgamento e de sucessivos adiamentos da leitura da sentença do caso Casa Pia, parece agora desenhar-se a possibilidade de implodir o processo por razões processuais, voltando tudo ao início. Mais uma etapa até ao esquecimento final.
O país está suspenso sobre a decisão da Federação Portuguesa de Futebol relativa ao despedimento ou não de Carlos Queiroz, também conhecido por Professor. Parece que a decisão balança entre o despedimento com justa causa ou por motivo atendível, em versão PC (Passos Coelho), ou a rescisão com uma indemnização de cerca de 3 milhões, sim, três milhões. Por falar em despedimentos, um jornal televisivo referia há pouco o despedimento de umas centenas de pessoas na Leoni em Viana do Castelo e a taxa de 10.8% de desemprego no país, número que, aliás, deixou o inenarrável Valter Lemos satisfeito com o progresso.
Este tipo de episódios que insulta a inteligência do comum dos mortais, tem ainda um efeito devastador sobre a já degradadíssima imagem da justiça e da qualidade ética da nossa vivência como país.
Poderiam ser apenas uma excepção integrada na silly season. Lamentavelmente, são a regra em todas as estações.

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