Era uma vez lá naquela terra onde acontecem coisas um Homem que gostava de ser vendedor e queria ser rico, muito rico. Para tal começou a pensar no que poderia vender que as pessoas precisassem bastante pois, se assim fosse, a riqueza seria grande e rápida.
O Homem pôs-se então durante algum tempo a observar e a ouvir como era a vida das pessoas daquela terra. Chegou à conclusão que uma das coisas mais precisas parecia ser tranquilidade. De facto, parecia-lhe óbvio que a grande maioria das pessoas da terra precisavam muito de tranquilidade. Quase só alguns miúdos felizes que ainda a não tinham perdido e alguns velhos felizes que já a tinham ganho, pareciam não precisar de tranquilidade.
Pediu então aos velhos felizes que lhe fornecessem toda a tranquilidade que pudessem e inaugurou a primeira loja onde se vendia tranquilidade. Durante os primeiros dias o sucesso ultrapassou as melhores expectativas. Ainda antes da loja abrir muita gente se acotovelava à espera e durante todo o dia, todos os dias, as pessoas não paravam de aparecer levando o Homem a temer que se acabasse a sua provisão de tranquilidade.
Só que passado algum tempo começou a aparecer gente a protestar, cada vez em maior número. As pessoas protestavam porque continuavam a não se sentir tranquilas, apesar de toda a tranquilidade que compravam. Refilavam que a tranquilidade que o Homem vendia não tinha alterado a sua vida.
O Homem tinha-se esquecido de incluir um Manual de Instruções e as pessoas já não sabiam como usar a tranquilidade, mesmo quando a tinham ali mesmo à beira.
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