terça-feira, 13 de julho de 2010

THE DARK SIDE OF THE SCHOOL

O final de mais um ano escolar justifica umas notas sobre a educação, a escola, que por cá vamos vivendo.
Um primeiro sublinhado para a continuidade do discurso partidarizado sobre a escola. Do meu ponto de vista seria absolutamente necessário um discurso político em matéria educativa que fosse sério, coerente, com rumo e metas definidas a prazo. Seria desejável que as políticas educativas enquadrem a organização e avaliação do sistema, escolas, professores e alunos numa perspectiva sólida, cientificamente competente e consensualmente estabelecida.
Ao contrário, os discursos sobre a educação decorrem, na sua maioria, das agendas de interesses partidários ou corporativos inibindo qualquer discussão séria sobre as inúmeras questões que se colocam. As decisões entretanto tomadas são reactivas, desenhadas de forma apressada e parecendo completamente à deriva, sem um fio condutor, feitas de intenções de avanço, de decisões de recuo e de medidas por vezes insustentáveis e de aplicação cega.
O clima nas escolas continua crispado, a conflitualidade de interesses, que é óbvia, que é natural e que pode ser factor de mudança pela busca de entendimentos, emerge mais como bloqueio do que como factor de mudança.
Os resultados divulgados, sobretudo, os que se prendem com os resultados dos alunos, estão permanentemente sob desconfiança face às habilidades e pressão para a construção de estatísticas educativas positivas que podem não corresponder a melhoria de qualidade.
No entanto, em termos de balanço, apesar deste "dark side of the school" vale sempre a pena, mas mesmo sempre, não esquecer que a maioria dos alunos trabalhou bem, com resultados positivos entre a excelência e o satisfatório, que a maioria dos professores procuraram empenhadamente e de forma competente promover o sucesso dos seus alunos, que a maioria das escolas, apesar dos problemas próprios a estas estruturas, funcionou de forma a que o trabalho de alunos e professores corresse o melhor possível, que a maioria dos pais, com maior ou menor dificuldade e com maior ou menor competência contribuiu também para o sucesso dos filhos, etc.
Acho que nos desabituamos de registar as coisas que, apesar das dificuldades, vão correndo bem, o que também é um sinal que nos deveria fazer reflectir.

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