A notícia sobre a declaração de ilegalidade nos processos de colocação de professores no Instituto Politécnico de Castelo Branco sob a responsabilidade do delinquente ético Valter Lemos não surpreende, aliás, a situação remonta a 2005 e já era conhecido o protesto sobre os concursos. O mais recente episódio da nomeação para Delegado na Região Norte do IEFP de um seu ex-assessor no ME sem qualquer espécie de mérito curricular para a função que não o compadrio e a fidelidade, apenas demonstra o despudor ético em que a sinistra personagem vive e da impunidade com que estas coisas são encaradas.
No entanto a situação agora noticiada não é, longe disso, situação inédita. A rede do Ensino Superior Público Politécnico, dada a sua implantação nacional e numerosa é, de há muito, um palco apetecível para os jogos de poder regionais e espaço de acolhimento para uma fauna emergente dos aparelhos partidários locais. O modelo de carreira docente no Politécnico, os modelos de gestão que têm estado em vigor há décadas, permitem que, apesar da excelência de muitos professores, dirigentes e funcionários, também por lá habitem inúmeros incompetentes cujo mérito é conhecerem as pessoas certas e possuírem o cartão certo em tempo oportuno. Apenas algumas destas situações caem no escrutínio público alargado, mas em termos locais são bem conhecidas.
O que ainda me embaraça mais é a normalidade com que o Sr. Dr. Lemos entende explicar a situação.
Faz de conta que é um concurso, eu faço de conta que sou isento e tu fazes de conta que és competente.
E nós fazemos de conta que acreditamos.
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