O Público de hoje traz um trabalho interessante sobre o estado da arte relativo aos Objectivos do Milénio estabelecidos para 2015 pela ONU em 2000. Sem surpresa o mundo está bem longe de poder ver cumpridos os objectivos em 2015, para todos os indicadores identificados não parece provável que atinjam as metas definidas.
No que respeita a Portugal, analisando os indicadores considerados, erradicar pobreza extrema fome, assegurar ensino primário universal, promover igualdade de géneros e competências das mulheres, reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna, combater o VIH/sida, promover sustentabilidade ambiental e desenvolver a pareceria para o desenvolvimento, pode afirmar-se genericamente que se verificaram alguns progressos, sobretudo, no que respeita à universalidade do ensino e a redução da mortalidade infantil, mas nos restantes indicadores a situação e bem complicada.
Pode sempre considerar-se se as metas estabelecidas foram demasiado ambiciosas, se factores imprevistos criaram dificuldades acrescidas ou se, pura e simplesmente, os Objectivos do Milénio, foram mais um exercício de retórica política na linha do que assistimos cada vez com mais frequência em termos internacionais, ou seja, apesar a retórica da cooperação e do desenvolvimento global, os interesses nacionais, é fácil adivinhar de quem, sobrepõem-se aos interesses globais.
Entre nós, a existência de cerca de 2 milhões de cidadãos em risco de pobreza, o escandaloso fosso entre os mais ricos e os mais pobres representam, para além dos efeitos directos e indirectos da crise económica, atestam a necessidade profunda de repensar os modelos de desenvolvimento que deveriam sustentar os Objectivos do Milénio.
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