quarta-feira, 7 de abril de 2010

ENGENHARIA DA MANUTENÇÃO DO AUTOMÓVEL

Segundo a Agência para a Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, os pedidos de acreditação entregues nesta fase permitem afirmar que dos cerca de 4900 cursos actualmente existentes, 640 deixarão de existir antes de qualquer avaliação.
É um bom sinal, já aqui tenho dito e é conhecido, temos uma oferta de ensino superior, universitário, politécnico e subsistema privado, completamente distorcido. A responsabilidade é, obviamente, da tutela que se demitiu durante décadas da sua função reguladora escudando-se na autonomia universitária, designadamente no sistema público.
Espera-se que o processo de avaliação e acreditação agora desencadeado, seja eficaz e não desenvolvido de uma forma cega. Existem cursos que apesar de alguma menor empregabilidade se inscrevem em áreas científicas de que não podemos prescindir com o fundamento exclusivo da empregabilidade. Podemos dar como exemplo formações na área da filosofia ou nichos de investigação que são imprescindíveis num tecido universitário moderno. Será também importante que o processo permita desenvolver e incentive modelos de cooperação, universitário e politécnico, público e privado, que potencie sinergias, investimentos e massa crítica.
É fundamental que se racionalize a oferta, não se pode ter um estabelecimento de ensino superior só porque a autarquia do lado também tem.
Finalmente, continuamos à espera de uma séria e profunda reordenação das áreas científicas de formação evitando os actuais 4900 cursos. Lembro-me sempre da dificuldade que o meu filho sentiu há alguns anos para perceber a diferença entre uma licenciatura em Engenharia da Manutenção do Automóvel e uma Licenciatura em Engenharia Mecânica.

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