De há uns anos para cá emergiu, sinais dos tempos, um grupo social extremamente importante e organizado por camadas etárias. Estou a falar dos finalistas. Assim que me lembre e tanto quanto consigo acompanhar, temos finalistas da educação pré-escolar, os finalistas do ensino básico, no 9º ano, os finalistas do ensino secundário, os finalistas do 1º ciclo do ensino superior, a licenciatura inventada pela bolonhesa ideia e os finalistas do 2º ciclo do ensino superior, os que abandonam o superior após cinco anos de estadia.
Os finalistas transformaram-se num nicho de mercado apetecível e rentável. Realizam-se festas e viagens de finalistas em todas as faixas etárias, iniciativas que as instituições acarinham e às quais os pais não sabem como resistir, é o espírito da escola, o convívio, a juventude, o divertimento, etc. etc.
Esta introdução, como será de antecipar, decorre da tragédia da morte de um jovem em Lloret de Mar. Quero sublinhar que esta reflexão não tem qualquer intenção moralista e também gostava de dizer que o meu filho fez parte, provavelmente, das primeiras gerações de estudantes do secundário que rumaram a Lloret de Mar, há uns dez anos.
A oferta na naquela estância olha para este nicho de mercado, os estudantes portugueses, como uma fonte extremamente significativa de receitas em época baixa no turismo com destino praia. Nesse sentido, de forma mais ou menos explícita, toda a estrutura, hotelaria, restauração, divertimento nocturno ou lazer, esmeram-se no sentido de criar a apetência por uma “histérica” e desregulada “desbunda” cheia de pica e adrenalina, o famoso espírito de Lloret. No espírito de Lloret tudo cabe, os jovens soltam-se e apesar de causarem uns estragos, uns distúrbios e alguns excessos, no final das contas, a operação compensa, aliás segundo os empresários locais os ingleses são piores.
Talvez fosse interessante perceber como é feita a fiscalização da oferta em Lloret, por exemplo das campanhas indutoras do consumo de álcool.
Para não variar, isto é conversa de velho, a malta precisa de se divertir, depois de uma ano de árduo estudo e antes da dura recta final dos exames.
Para o ano há mais.
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