sábado, 24 de abril de 2010

ESTÁ NO COMPUTADOR, ESTOU DESCANSADO

A propósito do episódio de sequestro de um adolescente de Vizela, recuperado quando já estaria em curso uma operação de venda para trabalho escravo em Espanha no valor de 4000 €, o Público alerta para os riscos presentes na utilização da Net.
Também a este propósito algumas notas sobre esta questão que me parece, de facto, solicitar atenção.
As mudanças verificadas nos estilos de vida das famílias sustentam algumas situações que importa considerar. Segundo alguns estudos, perto de 50% das criança até aos 15 anos terão computador ou televisor no quarto, além do telemóvel.
Acontece que durante o período de sono e sem regulação familiar muitas crianças e adolescentes estarão diante de um ecrã, pc, tv ou telemóvel. Com é óbvio, este comportamento não pode deixar de implicar consequências nos comportamentos durante o dia, sonolência e distracção, ansiedade e, naturalmente, o risco de falta de rendimento escolar num quadro geral de pior qualidade de vida. Esta uma das questões presentes e a que se torna necessário dar atenção.
Outro grande eixo de risco direcciona-se para aspectos como tentativas de aliciamento e obtenção de dados para os mais diversos fins, alguns de uma enorme gravidade potencial e que são referidos no trabalho jornalístico.
Estas matérias, a presença das novas tecnologias na vida dos mais novos, são problemas novos para muitos pais, eles próprios com níveis baixos de alfabetização informática. Considerando as implicações e nos sérios riscos presentes na vida diária, importa que se reflicta sobre a atenção e ajuda, em informação e na forma de lidar com os riscos, destinada aos pais de forma a que a utilização imprescindível seja regulada e protectora da qualidade de vida das crianças e adolescentes.

1 comentário:

paulo caeiro disse...

Quer a familia, quer a escola têm hoje, mais do que nunca, uma dupla função: Ajudar a criança no seu desenvolvimento (pessoal e social) e arranjar estratégias para lidar com outra fonte de informação, que as novas tecnologias proporcionam.
"Mudam-se os tempos, mudançam-se as vontades."...e eu acrescento:...e as realidades!
O que não pode acontecer são debates como o de ontem no programa do Mário Crepo na SIC, Plano Inclinado.
Em estudio estava o professor Paulo Guinote a argumentar a favor da autoridade do professor, perante o aluno, na sala e aula.
É um facto que os professores foram uma classe profissional descredibilizada nos últimos em Portugal. No entanto, não podemos cair no erro antagónico, i.e. a descredibilização do aluno.
Os comentadores do programa, Medina Carreira e Nuno Crato, fizeram afirmações graves e que revelam alguma ingnorância em relação ao tema Educação. Segundo Medina, Leandro o aluno que se suicidou em Miradela era "parvo", e segundo Nuno Crato, o aluno quando sabe que está a ser avaliado a sua performace aumenta.