sábado, 21 de novembro de 2009

POBREZA E SAÚDE MENTAL

Duas notas de reflexão num sábado com cara feia como feios são os conteúdos a que me vou referir.
Segundo dados de um estudo sobre pobreza infantil da Universidade Técnica de Lisboa, uma em cada quatro crianças vive em situação de pobreza. Para além do assustador número envolvido e das consequências óbvia e imediatas desta situação, importa não esquecer as consequências a prazo. Sabe-se que estas crianças serão as que mais risco de abandono e insucesso escolar correrão o que por sua vez implicará falta de qualificação e projectos de vida positivos e viáveis. Tal percurso alimentará o ciclo da pobreza produzindo mais pobres. É exactamente este ciclo que tem de ser quebrado.
A segunda nota refere para os indicadores que sustentam o aumento de problemas de saúde mental por questões ligadas ao desemprego. Já aqui afirmei que, do meu ponto de vista, roubar o trabalho a uma pessoa, para a maioria das pessoas, é roubar-lhe a dignidade. Uma ameaça sobre a dignidade é algo de extraordinariamente pesado e, por vezes, insuportável. Daí o aumento de casos de problemas de saúde mental, designadamente de depressão.
Por isso costumo dizer que a questão do desemprego envolve mais dimensões que o subsídio por mais necessário e importante que seja.

1 comentário:

Zé Morgado disse...

A questão é que muitas vezes nos centramos no acessório em vez de no essencial