A propósito do trabalho apresentado no Público sobre a questão do recurso às “explicações” em que referencia o trabalho de investigação em desenvolvimento na Universidade de Aveiro retomo algumas notas antigas. Quando se aborda esta questão parece importante sublinhar o aumento significativo da procura, elucidativo da necessidade sentida pelos alunos de apoio escolar acrescido à sua actividade normal quando, é sabido, os alunos portugueses são dos que mais tempo passam na escola, ao que parece sem resultados positivos. Merece também registo que, de acordo com as leis do mercado, neste nicho de negócios, a oferta passou a ser extremamente diferenciada, adaptando-se não só às necessidades dos alunos mas, fundamentalmente às disponibilidades económicas das famílias. É possível obter, desde a explicação individual ao domicílio, até às mais económicas e despersonalizadas sessões de revisões em grupo, desde o curso intensivo à aula temática avulsa, desde o pagamento por hora à compra de pacotes de horas, certamente com algum desconto, etc. Segundo dados de 2006 já revelados pela equipa de investigação da Universidade de Aveiro, nas famílias consideradas no estudo verificou-se um gasto médio de 250 € em explicações.
Esta situação serve-me de pretexto para, mais uma vez e sempre, enfatizar que a melhor forma de não fazer depender o sucesso escolar dos alunos da capacidade económica dos pais é investir na qualidade e exigência da escola pública. Defender como alguns, de forma ignorante da realidade portuguesa, demagógica, ou pouco séria, que a equidade entre os alunos se estabelece pela promoção do acesso ao ensino privado, através de dispositivos como o cheque educação, por exemplo, é a desistência e o desinvestimento na escola pública, cuja qualidade e rigor são a marca de água dos países desenvolvidos.
PS – Preparem-se. Amanhã teremos mais um belo conjunto de festinhas espalhadas pelo país. Desta vez o pretexto é o início da entrega dos Magalhães. Lá vamos, teclando e rindo. Onde é que eu já ouvi algo parecido?
Esta situação serve-me de pretexto para, mais uma vez e sempre, enfatizar que a melhor forma de não fazer depender o sucesso escolar dos alunos da capacidade económica dos pais é investir na qualidade e exigência da escola pública. Defender como alguns, de forma ignorante da realidade portuguesa, demagógica, ou pouco séria, que a equidade entre os alunos se estabelece pela promoção do acesso ao ensino privado, através de dispositivos como o cheque educação, por exemplo, é a desistência e o desinvestimento na escola pública, cuja qualidade e rigor são a marca de água dos países desenvolvidos.
PS – Preparem-se. Amanhã teremos mais um belo conjunto de festinhas espalhadas pelo país. Desta vez o pretexto é o início da entrega dos Magalhães. Lá vamos, teclando e rindo. Onde é que eu já ouvi algo parecido?
1 comentário:
creio que as explicações devem ser integradas nas instituição de ensino.
por exemplo na nossa escola defendo que deve haver uma triagem inicial entre quem teve matemática no secundário e quem não teve.
Muitos alunos não compreendem os conceitos básicos que lhes permitirão ter sucesso nas estatísticas.
Por fim devo dizer que muitas vezes as explicações equilibraram o meu orçamento familiar.
Abraço
A.C.
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