quarta-feira, 10 de setembro de 2008

PÚBLICO? PRIVADO? PÚBLICO-PRIVADO? ENTENDAM-SE

Embora sem o impacto mediático das cenas de tiros, da turbulência no PSD ou da milagrosa actuação do Governo em todas as áreas, as águas agitaram-se um pouco com a notícia de que na Estradas de Portugal alguns quadros superiores tinham interesses importantes em empresas clientes ou prestadoras de serviços à EP, designadamente, em áreas como topografia, segurança e saúde no trabalho e arqueologia e ambiente.
De uma vez por todas entendam-se para que o cidadão perceba como o país funciona ou deve funcionar. Querem-nos convencer que a virtude e o desenvolvimento estão no estabelecimento de parcerias público/privado, por exemplo, na área da saúde. Produzem-se discursos sobre a presença excessiva do estado em muitas áreas e a necessidade de a reduzir, sobre as vantagens do estabelecimento de sinergias público-privado como o Ministro Rui Pereira sugere na concertação entre dispositivos de segurança privada e as forças de segurança pública a propósito dos roubos nas gasolineiras. Com isto tudo na cabeça, uma rapaziada de topo na EP, dando seguimento a práticas, ao que parece, já do tempo da JAE – Junta Autónoma de Estradas, cria umas empresas para prestar serviços que eles próprios contratam e decidem e depois ainda são incomodados com processos e inquéritos como se estivessem a fazer algo de errado. O que vale é que estes inquéritos e processos nunca dão nada. É certo que eles ganharão uns cobres que complementam os seus magros salários, mas seria de uma enorme injustiça que, gente empreendedora e actualizada nas perspectivas de desenvolvimento preconizadas pelo discurso oficial, ainda fosse penalizada. Merecem é um prémio, alinhem-se e esperem.

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