O Relatório de Caracterização das Crianças e Jovens em Situação de Acolhimento em 2007, em divulgação, permite verificar que, apesar do abaixamento do número de crianças e jovens até aos 21 anos que estão institucionalizadas, a situação é ainda preocupante. Os dados disponibilizados, pela sua diversidade, são susceptíveis de múltiplas leituras. Neste cantinho quero sublinhar dois aspectos que me parecem relevantes.
O primeiro, é o tempo de permanência em instituição, metade das crianças e jovens institucionalizadas experimentam essa situação há mais de quatro anos. O segundo aspecto a merecer registo é o facto de que cerca de metade das crianças e jovens institucionalizadas não tem projecto de vida definido, ou seja, não existe nenhuma perspectiva consistente sobre o seu futuro.
Estes dois aspectos, interdependentes, sustentam algo que, de há muito, é minha convicção. Podemos tentar melhorar processos e agilizar o quadro normativo facilitador de colocação alternativa à institucionalização, é necessário e é importante. Mas a questão central, do meu ponto de vista, remete para a cultura ainda muito presente em instituições que acolhem crianças e jovens, que sobrevaloriza o papel da instituição até como forma, implícita, de justificação da sua existência. Dito de outra maneira, uma instituição, ao receber uma criança ou jovem, deve assumir, simultaneamente, duas preocupações fundamentais, como recebê-la e acolhê-la o melhor possível e, na mesma hora, começar a trabalhar no sentido de que a criança saia, o mais rapidamente possível, com um projecto de vida viável. Muitas instituições, assumem, basicamente, a primeira preocupação, como acolher bem, “esquecendo” a segunda, sai quando, para onde. O incentivo às instituições que promovessem mais e melhor nível de “desinstitucionalização” poderia ser um contributo para a mudança desta cultura institucional.
O primeiro, é o tempo de permanência em instituição, metade das crianças e jovens institucionalizadas experimentam essa situação há mais de quatro anos. O segundo aspecto a merecer registo é o facto de que cerca de metade das crianças e jovens institucionalizadas não tem projecto de vida definido, ou seja, não existe nenhuma perspectiva consistente sobre o seu futuro.
Estes dois aspectos, interdependentes, sustentam algo que, de há muito, é minha convicção. Podemos tentar melhorar processos e agilizar o quadro normativo facilitador de colocação alternativa à institucionalização, é necessário e é importante. Mas a questão central, do meu ponto de vista, remete para a cultura ainda muito presente em instituições que acolhem crianças e jovens, que sobrevaloriza o papel da instituição até como forma, implícita, de justificação da sua existência. Dito de outra maneira, uma instituição, ao receber uma criança ou jovem, deve assumir, simultaneamente, duas preocupações fundamentais, como recebê-la e acolhê-la o melhor possível e, na mesma hora, começar a trabalhar no sentido de que a criança saia, o mais rapidamente possível, com um projecto de vida viável. Muitas instituições, assumem, basicamente, a primeira preocupação, como acolher bem, “esquecendo” a segunda, sai quando, para onde. O incentivo às instituições que promovessem mais e melhor nível de “desinstitucionalização” poderia ser um contributo para a mudança desta cultura institucional.
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