Era uma vez um homem chamado Eu. Nada na sua vida era mais importante que ele próprio. Qualquer pessoa que tentasse conversar com ele, sobre qualquer assunto, acabava, invariavelmente, a ouvir o Eu a falar de si e de como tudo o que lhe dizia respeito era interessante e superlativo. Todos à sua volta desempenhavam papéis secundários. Era o melhor e mais imprescindível membro da sua família, sendo que todos os outros eram apenas alguém que tinha o privilégio de com ele partilhar os dias. O Eu considerava-se, naturalmente, mais competente que qualquer dos seus colegas a quem, aliás, não atribuía particular importância devido à sua, assim entendia, mediocridade. Qualquer coisa que alguém realizasse ou conseguisse, era, certamente, fruto do acaso, e ele, o Eu, obviamente faria melhor, se tal fosse necessário, é claro.
Um dia, subitamente, o Eu morreu. Causa da morte, solidão inultrapassável.
Um dia, subitamente, o Eu morreu. Causa da morte, solidão inultrapassável.
Sem comentários:
Enviar um comentário