Um estudo realizado por quadros da administração fiscal, referido no Público, estima que a chamada economia paralela equivale a cerca de 22 % do Produto Interno Bruto. Adianta ainda que este valor se tem mantido constante nas últimas décadas. É interessante também a informação de que na Europa Ocidental o valor médio é de 16 %.
Algumas notas. Em primeiro lugar, atentando na constância dos valores ao longo dos anos, parece evidenciar-se algum fracasso na minimização do fenómeno. Por outro lado, que me parece muito importante, deve registar-se o espírito empreendedor dos portugueses, a sua elasticidade processual, a sua criatividade nas actividades diárias. Seremos sempre altamente eficazes na concepção de “um esquema, tás a ver”, na utilização do biscate, na maleabilidade da actividade económica traduzida na recorrente fórmula “se quiser recibo, é mais caro”, na habitual proposta “se tratarmos disto por fora, poupamos algum”. A cultura instalada dificilmente será alterada, sobretudo, em épocas de crise económica, que são potenciadoras do recurso ao expedito, ágil e económico “esquema”. Para complicar, o Governo ajuda a este quadro quando permite a ideia de que existem dois países paralelos, o país que o Governo descreve em que tudo, quase tudo, está bem, o do “porreiro, pá”, e o país real, em que nós vivemos, com imensas dificuldades que alimentam o paradigma “pá, um gajo tem que se safar”.
Algumas notas. Em primeiro lugar, atentando na constância dos valores ao longo dos anos, parece evidenciar-se algum fracasso na minimização do fenómeno. Por outro lado, que me parece muito importante, deve registar-se o espírito empreendedor dos portugueses, a sua elasticidade processual, a sua criatividade nas actividades diárias. Seremos sempre altamente eficazes na concepção de “um esquema, tás a ver”, na utilização do biscate, na maleabilidade da actividade económica traduzida na recorrente fórmula “se quiser recibo, é mais caro”, na habitual proposta “se tratarmos disto por fora, poupamos algum”. A cultura instalada dificilmente será alterada, sobretudo, em épocas de crise económica, que são potenciadoras do recurso ao expedito, ágil e económico “esquema”. Para complicar, o Governo ajuda a este quadro quando permite a ideia de que existem dois países paralelos, o país que o Governo descreve em que tudo, quase tudo, está bem, o do “porreiro, pá”, e o país real, em que nós vivemos, com imensas dificuldades que alimentam o paradigma “pá, um gajo tem que se safar”.
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