quinta-feira, 29 de setembro de 2011

OS AVÓS NÃO FALHAM

Hoje, a lida permitiu que ao fim da tarde pudesse fazer a corrida habitual pois, como dizem os companheiros de passada, "temos que cuidar do corpo para que ele cuide da cabeça" e eu não discuto, antes pelo contrário, acho que têm razão.
Durante o treino como ia correndo na minha estonteante velocidade deu para assistir aos esforços que um senhor já velho fazia para, acompanhado pela neta (creio) com uns 7 ou 8 anos, colocar a voar um papagaio de papel. Quando passei mais perto, a miúda, uma das poucas que por ali estar àquela hora parece conseguir libertar-se dessa enormidade lesa miúdos que dá pelo nome de "Escola a tempo inteiro", gritava para o avô, "tu consegues ele vai voar, tu consegues ele vai voar".
Naquela altura o vento não ajudava de todo e o papagaio teimava em não descolar enquanto a miúda lá ia gritando incentivos para o avô.
Passados uns minutos, quando os passos me levaram outra vez para aquela zona do Parque da Paz, o papagaio já voava bem alto, seguro pela miúda que em minutos parecia ter crescido um palmo de tão inchada que estava ao comando do papagaio. O avô estava por perto sentado na relva, certamente a descansar do esforço de dar asas ao papagaio numa tarde em que o vento não colaborava.
Fiquei contente e até me sentia, não é nada fácil, um pouco mais leve a correr como se tivesse um papagaio a puxar por mim, aliviando-me do peso.
Os avós nunca falham. Quase nunca.

4 comentários:

Anónimo disse...

Mesmo que falhem, a sua presença é sempre um sucesso. Quem tem avós para os seus filhos nem pode imaginar a falta que eles fazem. A ironia é que muitos dos que os têm os deixam a apodrecer perdidos num lar qualquer.

Zé Morgado disse...

ou morrem de sozinhismo.

Anónimo disse...

Os avós além de nunca falharem, voam sempre com os netos! E voar a dois é sempre muito mais divertido.

Anónimo disse...

Pois. Morrem sozinhos sem que ninguém dê por falt deles.Que raio de sociedae estamos a criar?!

PS: Vou voltando sempre que posso :)