domingo, 4 de setembro de 2011

A NOTÍCIA DA MORTE DA CRISE TALVEZ SEJA UM POUCO EXAGERADA

A afirmação de Passos Coelho no sentido de que "2012 será o princípio do fim da emergência nacional", levou-me imediatamente ao mítico dia 10 de Outubro de 2006 em que o não menos mítico Manuel Pinho, então ministro da economia, decretou, "a crise acabou", a grande questão passa a ser, "quanto é que a economia vai crescer".
O fim da crise e o crescimento da economia deu no que sabemos e sofremos.
Eu sei que quando se contam histórias aos mais novos existe sempre a tentação natural de lhes proporcionar histórias simpáticas, sem grandes problemas que lhes possam incutam receio ou ansiedade e é obrigatório nas histórias para os gaiatos, devem ter um fim feliz.
Compreende-se assim que Passo Coelho fosse a Castelo de Vide dizer aos moços e moças da Universidade de Verão do PSD que esta narrativa negra e complicada está a aproximar-se do fim, é certo que ainda com algumas dificuldades pela frente, mas a partir do próximo ano a coisa vai compor-se.
Na verdade, ainda hoje alguma imprensa refere a ameaça e o receio de que a economia mundial caia numa fase recessiva e o estado económico e político da Europa é de prognóstico reservado. No entanto, estas minudências, como sempre, não nos afectarão, claro.
A realidade, no discursos dos políticos, será sempre a projecção dos seus desejos.
Lembro-me ainda de Mark Twain, talvez a notícia da morte da crise seja um pouco exagerada. Eu também gostava de acreditar.

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