Apesar das sucessivas referências aos cortes na despesa para recuperar o equilíbrio nas contas, aquilo que de mais objectivo tem sido decidido e publicado situa-se na área das receitas com a sobrecarga de aumentos e de impostos, a título de exemplo, o IVA sobre o gás e a electricidade sobe hoje de 6 para 23 %, que incidem sobre a mais assimétrica das populações da zona euro no que respeita à distribuição da riqueza, como ontem o Primeiro-ministro reconhecia.
O governo tem procurado mitigar o impacto destes aumentos com medidas que, no fundo e provavelmente por pressa, acabam por elas próprias promoverem injustiça além de quase sempre terem um impacto baixo. Um exemplo recente passa-se com os novos passes sociais + que não consideram a existência de filhos no agregado familiar pelo que uma pessoa com 540 € de salário tem direito ao passe e uma outra com dois filhos e com 580€ de vencimento já não tem direito ao passe +.
Segundo o Ministro das Finanças, os salários vão permanecer congelados o que significa abaixamento do poder de compra devido à inflação e ao aumento de impostos, o desemprego está para durar e os cortes em todas as áreas, na saúde na educação ou na segurança social antecipam ainda mais dificuldades para as famílias.
No fim de um Verão que também ele primou pela austeridade o regresso às rotinas vai evidenciar, mais, os tempos difíceis que vivemos e se prevêem.
Não é possível adivinhar o futuro, mas é certo que neste momento a expectativa da grande maioria de nós é de uma colossal preocupação que pode esconder uma colossal reacção.
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