A comunidade ficou a saber que os prémios de 500 euros aos melhores alunos das escolas secundárias dos alunos foram suspensos a dias da atribuição e com os premiados à espera embora o Ministro venha dizer que a decisão já tem muito tempo.
Devo dizer que não tenho qualquer simpatia pela atribuição nesta fase da vida escolar dos miúdos por prémios de natureza pecuniária embora seja favorável à discriminação positiva da excelência, das várias excelências. Aliás, várias escolas têm práticas que me parecem interessantes de estabelecer quadros de mérito para além do mérito escolar, sublinhando, por exemplo, mérito desportivo, cultural ou cívico.
Nesta perspectiva, a não existência do prémio pecuniário não me levanta qualquer questão. O que me incomoda nesta história é a enorme carga de demagogia que está presente e que continuará com a "sociedade civil" a mobilizar-se para, sob a forma de uma espécie de mecenato, conter os "danos" causados por esta incompreensível determinação do MEC. Ao que parece as dificuldades económicas sustentarão a decisão e a CNIPE já veio dizer que acha bem a distribuição dos valores dos prémios pelos alunos carenciados e não entende a crítica ao MEC. Parece-me espantoso.
Os apoios sociais escolares sofreram cortes substantivos, as famílias viram reduzidos os abonos de família, existem necessidades ao nível dos professores e funcionários, o início do ano lectivo foi marcado por dificuldades de muitas famílias na aquisição dos caríssimos manuais e materiais escolares e aparece uma medida redentora e emblemática como o corte dos prémios aos alunos.
É óbvio que o montante global dos prémios pecuniários aos alunos é uma irrelevância no orçamento do MEC, aceito, já o referi, que deixassem de existir, mas suspendê-los a dias da sua atribuição é algo que não entendo e de uma demagogia que embaraça.
3 comentários:
Concordo em parte consigo professor.
Primeiro, se o governo anterior se compremeteu com o pagamento do prémio acho que este governo deve honrar os compromissos que foram assumidos com os alunos.
Segundo, a atribuição de prémios monetários em qualquer grau de escolaridade relativos ao rendimento escolar é uma situação pavloviana.
Terceiro, quando se pretende substituir a motivação extrínseca por motivação intrínseca nas aprendizagens escolares o caminho dos prémios é altamente duvidoso.
Quarto, a existência de quadros de honra de qualquer espécie causa-me as maiores dúvidas, cada pessoa deve construir o seu próprio quadro de honra.
Tenho dito.
Abraço
António Caroço
Olá António, Não tenho uma posição fechada sobre a qustão dos quadros de mérito. Entendo apenas que, a existir, não sejam apenas considerados resultados escolares mas outras dimensões da vida das pessoas, dos miúdos, como referi no texto.
Um abraço
Merece antes um prémio de repulsa e vergonha.
Por princípio não acho que devam ser atribuídos esses prémios, parece-me um pagamento serôdio por um desempenho que deveria ser sublinhado de outras formas.
Mas, "bolas"! Uma promessa é uma promessa! Um compromisso é um compromisso! Sendo mau ou bom, adequado ou não, sendo o premiado rico ou pobre, inteligente ou não, esforçado ou não, foi-lhe criada uma expectativa. Seja para estudos, para solidariedade, ou para comprar uma playstation. E agora... volta-se com a palavra atrás. Trata-se assim o aluno, sem vergonha, sem respeito, sem princípios, e depois queixam-se da "geração rasca". Quem é que é rasca? Revoltante fazerem isso em nosso nome! Pelo que me diz respeito, revoltante fazerem isso em meu nome!
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