Como se sabe, Portugal é um dos países europeus com maior assimetria nos rendimentos. Tal situação decorre naturalmente de modelos de desenvolvimento injustos e promotores de exclusão. A situação é ainda alimentada entre outros aspectos pela desigualdade do tratamento fiscal.
O Público de hoje noticia a recorrente situação de roubos de tampas de esgoto, grelhas de sarjetas, bem como de contadores de água ou bocas-de-incêndio.
Esta constatação evidencia a solidez das nossas condições de vida e, portanto, a dificuldade em alterá-las. Quero eu dizer com isto que assim como se verifica assimetria nos rendimentos, também encontramos assimetria nos roubos. Por outras palavras, enquanto uns se dedicam aos milhões, ver casos da SLN, BPN ou do BPP, outros dedicam-se ao roubo de tampas de esgoto ou grelhas de sarjeta. Elucidativo.
De facto, é tudo uma questão de escala e de modelos.
Mantendo a coerência do sistema, muito provavelmente, os pilha galinhas que roubam tampas de esgoto, se forem apanhados, correm algum risco de condenação, enquanto a minoria de empreendedores responsáveis por roubos e fraudes de milhões, passarão, poderemos dizê-lo com alguma segurança, incólumes perante a justiça.
E assim se cumpre Portugal.
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