O Primeiro-ministro diz que aceita críticas mas não vira a cara às dificuldades. A afirmação inscreve-se na resposta às vozes que dentro do próprio PSD e também no CDS se levantam face à natureza das opções políticas que têm vindo a ser tomadas.
Apesar das reiteradas promessas eleitorais de não aumento de impostos, os primeiros meses da governação tem sido caracterizado exactamente pelos sucessivos aumentos dos impostos.
Passos Coelho abordou também o risco de se verificarem protestos de forma mais radical, ou seja, que o descontentamento saia para a rua e com proporções imprevisíveis.
Sendo afirmado que está disponível para ouvir as escritas é fundamental que entenda que o martelo" de que fala Pacheco Pereira está a martelar de fora discriminada e penalizadora os que já passam mais dificuldades. Os sucessivos e fortíssimos cortes nas áreas da saúde, educação e segurança social, sobretudo quando não privilegiadamente direccionadas para a máquina estatal mas para os apoios que chegam aos cidadãos, tem efeitos fortíssimos na degradação da qualidade vida de milhões de portugueses.
Passos Coelho pode ver com agrado as críticas de Manuela Ferreira Leite, Pacheco Pereira, marques Mendes, deputados do CDS-PP ou mesmo dos líderes da oposição que, como afirma Francisco Louçã, desejam um 25 de Abril na economia, no fundo, é assim que tem funcionado a política em Portugal, é quase uma liturgia. O que Passos Coelho não pode de todo deixar de considerar é a voz dos que não têm voz, os que efectivamente, passam mal e poderão passar pior. Se começarem a criticar não o farão com artigos nos jornais, intervenções nas televisões ou em comícios partidários, não têm "tempo de antena", "criticarão" na rua, com muito ruído.
Como alguém disse, não se pode governar com base na rua, mas não se pode esquecer a rua.
1 comentário:
Todos sabemos que o 25 de Abril foi organizado e posto em prática por militares, não pelo povo, embora por vezes (quando lhes interessa) nos queiram fazer ver o contrário.
Os portugueses não vão para a rua protestar em número suficiente nem de forma veemente, têm medo da "porrada no lombo".
A polícia apesar de descontentes e mal pagos (os peões) não se arriscam a perder o pouco que têm para sustentar a família e descarregam suas frustrações em cima dos seus iguais.
Os donos de Portugal são banqueiros, multinacionais, grandes fortunas, políticos que saltitam de chefia em chefia, que comem à nossa custa e reformam-se com valores princípescos.
Esta 3º República não cumpriu as nossas esperanças.
A MUDANÇA TERÁ QUE SER IMPORTADA!...
saudações
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