Era uma vez uma Mãe de um Rapaz. Era o seu primeiro filho e toda a vida sonhara ser mãe. Não havia no mundo mãe que gostasse mais de um filho que esta Mãe. Não havia no mundo mãe mais preocupada que esta Mãe. Não havia no mundo mãe mais atenta que esta Mãe. Não havia no mundo mãe mais presente que esta Mãe. Não havia no mundo mãe mais disponível que esta Mãe. Não havia no mundo mãe mais próxima do filho que esta Mãe.
Só que o Rapaz parecia desconfortável e às vezes, cada vez mais vezes, reagia mal a tanta mãe. A Mãe começou a ficar perplexa e perdida, e com o tempo, ainda mais perdida e perplexa.
Um dia encontrou no parque aquele Velho que sabia ler as pessoas que, quando a ouviu, pensou alto.
"Por mais que a gente goste dos filhos, eles não podem ser usados e guardados só no coração. Também têm de ser usados e guardados na cabeça e nos olhos. Demasiado perto os olhos não conseguem ver bem e, por isso, a cabeça não entende”.
Naquela noite ao jantar, a Mãe, ao ver o Rapaz do outro lado da mesa, reparou como ele estava crescido e tinha uns olhos bonitos. Como os dela, que já viam.
4 comentários:
Lá donde eu venho, a culpa é sempre da mãe. Mas o politicamente correcto não é dizer que a culpa é da mãe, é a função materna que falha.
Abraço
António Caroço
Ás vezes o papel de Mãe é ingrato... ou as mães estão demasiado perto e portanto os olhos não vêem bem, ou estão demasiado longe onde também não vêem bem por tão longe que estão... Enfim, no fim, a culpa é sempre das mães que souberam ser o melhor que sabiam ser naquele momento da vida.
Sua Ex-Aluna
Teresa Lacerda e Mello
Mas alguém falou de culpa??!!!
Ninguém falou de culpa.
Falou?...
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