Nos últimos dias surgiu na imprensa a referência a que maçãs
e pêras produzidas em Portugal estão no 2º lugar na maior proporção
de fruta contaminada. O estudo foi desenvolvido em 2019 pela "Pesticide
Action Network", uma rede de mais de 600 organizações não governamentais,
instituições e cidadãos de mais de 60 países, que combate os efeitos negativos
dos pesticidas perigosos e promove alternativas mais amigáveis e ecológicas.
Os resultados divulgados referem que em 85% das pêras
portuguesas e em 58% de todas as maçãs testadas foi encontrada
contaminação por pesticidas perigosos.
Organizações ligadas à agricultura e a Ministra da tutela já
vieram “desdramatizar” a notícia, desvalorizam o estudo e sublinham a qualidade
da nossa fruta.
Esta leitura recordou-me um episódio passado lá no Alentejo.
Num daqueles encontros com petiscos, lérias e cante, um dos companheiros
afirmou que só comia fruta que tinha bicho, "é a que presta".
Perante a nossa estranheza explicou, "essa fruta que
se vê aí grande e a brilhar e sem bicho não presta, está carregada de
“cobertura”. Então nem o bicho lhe pega e vou eu comê-la? Isso é que era bom,
se a fruta não é boa para o bicho, é boa para mim?".
Sendo certo que os olhos também comem, o embrulho nem sempre
corresponde ao conteúdo.
Eu também prefiro a fruta lá do Monte, mesmo que tenha umas “imperfeições”,
falta de calibre ou não pareça que foi “engraxada”.
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