Era uma vez uma terra, aquela terra de que às vezes falo e onde acontecem coisas, em que havia muitos Malabaristas, bons Malabaristas.
Os Malabaristas daquela terra
tinham-se especializado em várias artes dentro do malabarismo.
Havia um grupo muito bom nos
malabarismos com as palavras. É verdade, deixavam o povo espantado, os
Malabaristas das Palavras pegavam nelas e davam-lhes tantas voltas que elas
diziam uma coisa e passado pouco tempo já diziam outra, e logo depois significavam
ainda outra coisa. Eram uns verdadeiros artistas com as palavras, faziam delas
o que queriam para elas dizerem o que lhes apetecesse, sobre o que quer fosse. Como se sabe as palavras servem para tudo.
Havia também um grupo que fazia
autênticos milagres com a verdade, com as verdades. As coisas nunca eram o que
pareciam, os Malabaristas da Verdade, conseguiam que qualquer coisa que toda
gente via de uma maneira fosse referida como sendo de outra. Algo que de manhã
era verdade, nas mãos dos Malabaristas deixava de o ser e eles com as suas
habilidades mostravam a verdade que entendiam e que depressa deixava de o ser
substituída por outra verdade diferente.
Na terra dos malabaristas também
existia um conjunto de Malabaristas dos Números, verdadeiros artistas a
manipular números. Quando toda a gente estava convencida que os números
contavam uma história simples, os Malabaristas dos Números davam-lhes umas
piruetas e os mesmos números contavam outra história ou então organizavam os
números de forma a contar a história que os Malabaristas queriam contar. Eram
mesmo bons a mexer nos números.
O Malabaristas estavam tão
convencidos da sua arte que se achavam reis daquela terra. Mas as gentes
estavam mesmo fartas dos Malabaristas, de todos os Malabaristas daquela terra.
Um dia os Malabaristas irão
perceber.
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