Umas notas fora da agenda.
Os dias no Alentejo, desta vez com os netos, começam com a ida à vila para as compras e, como não pode deixar de ser, para umas lérias.
Hoje precisava de passar pela farmácia
e à minha frente estava uma senhora com uma idade que certamente já lhe pesará
que media “os diabetes” e o colesterol em simpática conversa com a farmacêutica.
Por aqui ainda se conversa enquanto “nos aviamos”.
Bom, Dona Maria, o colesterol está
muito bem, mas o “valor da diabetes” está alto, disse a farmacêutica ao que a
Dona Maria respondeu com a dúvida sobre o que fazer, pois até toma os remédios.
“Tem que comer menos hidratos de carbonos, menos doces, a senhora já sabe” insiste
a farmacêutica.
A Dona Maria pareceu aceitar a
sugestão, mas ainda “protestou”, “Tal estão as coisas, dantes queria comer e
não tinha que comer, agora tenho alguma coisinha para comer e não posso. Parece
que a gente como eu nunca pode comer.”
Percebe-se e deve relativizar-se a
apreciação, mas é bom não esquecer que muita gente passou mal em Portugal. Há
gente que ignora ou faz por esquecer o que se passou, como há gente que ignora
ou faz por esquecer o que se passa ainda hoje.
E são também assim os dias do
Alentejo, hoje particularmente ásperos pelo calor.
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