A informação é, reconhecidamente, um instrumento de
cidadania, mas a inquietação e a náusea provocada por tudo que vai sendo conhecido e afirmado como se fosse informação é
insustentável.
Nas redes sociais pode encontrar-se através de escrutínio
severo alguma informação, mas predomina o pântano. A situação agora conhecida
que envolve Paulo Rangel, mais do que inaceitável, é crime no seu registo e divulgação.
Mais grave, do meu ponto de vista, é uma imprensa, boa parte
dela, que, sustentada em agendas variadas, também alimenta esse pântano.
Ainda mais grave é o pântano em que se atolam lideranças de
diferentes sectores com afirmações e comportamentos que, para além de muitos
deles nos lesarem, ainda destratam a inteligência, a ética ou a cidadania.
A náusea atinge-nos quando muita desta gente se afirma de
consciência tranquila. Na verdade, imensas figuras que evidenciam
comportamentos absolutamente deploráveis do ponto de vista ético e político e
mesmo de natureza criminal sempre afirmam que o que disseram ou fizeram foi com
“sentido de estado” quando é o caso e estão com a consciência tranquila.
Na maioria das situações estas afirmações são um insulto à
nossa inteligência e sustentam a baixa credibilidade que a generalidade da
classe merece por parte dos cidadãos e o afastamento destes do envolvimento
cívico reduzido quase exclusivamente às incidências da partidocracia e ao
aparelhismo partidário onde se aprenderá o “sentido de estado” e as técnicas de
“tranquilização da consciência”.
Na verdade, em milhentas situações e de escala variável na
“dimensão” das figuras envolvidas, “sentido de estado” remete mais para
“servi-me do estado” e o recurso a “consciência tranquila” só pode
justificar-se pelo ignorar intencional do que significa consciência.
Onde estão os meus "Vomidrine”?
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