Gostei de ler o texto de João
Ruivo, “Os caminhos do humanismo”, no Ensino Magazine.
(…)
“Hoje, os sistemas educativos
europeus não poderão alhear-se de uma formação que incorpore a oferta de
informação e formação nas novas tecnologias digitais, bem como as competências
necessárias à sua utilização e divulgação.
Este novo sintoma de
multiculturalismo, gerador de novas diversidades sociais e culturais, carregam
consigo, também, uma outra necessidade de revisão e de redefinição do
tradicional funcionamento dos sistemas escolares, em geral, e, em particular,
da actuação dos professores e dos educadores na sala de aula.
Ninguém ignora este desafio.
Porém, entre a tradição e a renovação há que ser muito prudente. É que nunca
deveremos esquecer que uma escola completamente submergida pelo tecnicismo pode
levar a esquecer que a principal finalidade da educação continua a ser, em
nosso entender, a procura dos caminhos do humanismo”.
A necessidade de valorizar a
dimensão humanista da escola é essencial para, também do meu ponto de vista,
acomodar de forma equilibrada a inevitabilidade da transição digital dentro das escolas e das salas de aula.
Neste sentido e como aqui já
escrevi, contrariamente ao que muita gente, no contexto do recurso ao ensino
não presencial, apelidou de falhanço do ensino a distância o que, de facto, se
verificou a negação da crença mágica de que o “ensino a distância” seria o
“novo paradigma”, o novo ensino.
O que me parece que falhou
claramente foi a ideia que a certa altura se instalou de que tínhamos chegado
ao futuro através do ensino não presencial, do novo paradigma digital,
sobretudo quando consideramos os primeiros anos de escolaridade.
Não, que se dotem as escolas, os
professores e os alunos dos melhores recursos digitais e das competências para
a sua utilização a partir do espaço de onde ainda emerge a escola, a sala de
aula, com alunos e professores próximos, ou seja, o espaço onde se constrói e alimenta a
sua dimensão humanista.
Sem comentários:
Enviar um comentário