Era uma vez um Rapaz chamado Coitadinho, nome que não se devia dar a nenhum Rapaz, é muito feio.
O Coitadinho foi-se habituando a conviver com o nome,
comportava-se, quase sempre é assim, como se espera que um Coitadinho se
comporte. Não era muito bom nas tarefas escolares, experimentava sempre alguma
dificuldade com as tarefas pedidas, precisava de alguma ajuda para as ir
realizando, mas, diziam, o Coitadinho esforçava-se, mas, coitadinho, não era
muito fácil ser bem-sucedido.
Os seus colegas não se davam muito com ele, como sabem, são muito
poucos os miúdos que, tal como os adultos, gostam de estar junto de Coitadinhos.
E assim, o Coitadinho quase sempre andava o seu canto, discreto, colado às
sombras, coitadinho, sempre só.
Com o tempo toda a gente estranhava o Coitadinho não
crescer, não ser como os outros miúdos, permanecia como sempre e até parecia
que estava cada vez mais pequeno e mais só.
As pessoas não sabem que os Coitadinhos, quase sempre, não
crescem para cima e por dentro, crescem para baixo e para dentro.
Vida de Coitadinho num mundo em que vivem todos e tantos não cabem.
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