Hoje, pela primeira vez, assinala-se o Dia Mundial da Língua
Portuguesa. É falada por cerca de 260 milhões e parece ter um significativo
potencial de crescimento.
Lamentavelmente esta primeira comemoração decorre em pleno período
da transformação do Português em “acordês”.
Será porventura uma tarefa sem sucesso, mas enquanto for
possível reverter a situação criada pelo AO90, ou, pelo menos, atenuar danos, vale
a pena insistir, importa que não nos resignemos. É uma questão de cidadania, de
defesa da Cultura e da Língua Portuguesa.
É importante recordar que apenas Portugal, S. Tomé e
Príncipe, Brasil e Cabo Verde procederam à ratificação. Em 2018 a Academia
Angolana de Letras solicitou ao Governo angolano que o Acordo Ortográfico de
1990 não seja ratificado e há algum tempo a Comissão de Educação da Câmara dos
Deputados do Parlamento do Brasil aprovou um requerimento de audiência pública
para que seja debatida a revogação do AO ao que parece por indicação do
Presidente Bolsonaro o que será porventura umas raríssimas ideias positivas
vindas da sinistra figura. Não conheço desenvolvimentos relativa a esta
situação.
Como tantas vezes tenho escrito, desculpem a insistência e
não inovar, entendo, evidentemente, que as línguas são estruturas vivas, em
mutação, pelo que requerem ajustamentos, por exemplo, a introdução de palavras
novas ou mudanças na grafia de outras, o que não me parece sustentação
suficiente para o que o Acordo Ortográfico estabelece como norma.
O resultado foi transformar a Língua Portuguesa numa
confusão impossível de concertar dadas as diferenças entre o Português falado e
escrito pelos diferentes países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Era importante que fossem revertidos alguns dos maus-tratos
dados à Língua Portuguesa com o AO90.
Enquanto o corrector me permitir e eu conseguir tentarei
evitar o “acordês”, birra de velho, evidentemente.
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