terça-feira, 4 de dezembro de 2018

GOSTEI DE LER, "EU NÃO FUI MÃE ADOLESCENTE"


Gostei de ler a crónica de Bárbara Wong, “Eu não fui mãe adolescente” ontem no Público. Trata-se de um texto bonito e bem escrito sobre a sua experiência de parentalidade. Com os inevitáveis sobressaltos da vida da gente e como bem escreve Bárbara Wong é possível viver a mágica experiência de ser pai ou mãe com serenidade, confiança e gozo. É verdade, sabemos todos, que nem tudo corre sempre bem e que surgem fases ou episódios que nos preocupam mas … é próprio da vida das pessoas e nessas alturas ainda mais importante é sentir-se sereno e confiante.
Como há algum tempo escrevi:
Um discurso social excessivo em torno da "psicologização" ou induzindo a ideia de que só indo a uma "escola de pais" ou lendo vários "manuais de instruções" poderemos ser bons pais, pode ser mais fonte de problemas que de ajuda.
Parece-me importante que os pais falem entre si sobre as suas experiências, sem medo de que os julguem maus pais, que na relação com os técnicos ligados à educação as conversas não incidam quase que exclusivamente sobre "se está bem ou mal na escola", mas que se abordem as questões educativas também no contexto familiar de forma aberta e serena. Os "manuais de instruções" não são a solução, são, muitos deles, apenas mais uma ajuda.
Pais atentos, pais confiantes, são pais que educam sem especiais problemas. Curiosamente, alguns "manuais" e alguns discursos "científicos" podem aumentar a insegurança e a ansiedade de alguns pais.
Começo a sentir que está fazer falta alguma tranquilidade e serenidade que devolvam aos pais a confiança em si mesmos e na sua capacidade para exercer bem o papel. Sei que por vezes não é fácil. Ser pai não é mobilizar de forma prescritiva um conjunto de “práticas” receitadas por diferentes especialistas. É melhor deixar que os pais falem e encontrem por si a forma de fazer. No fundo, a maioria saberá como, precisa apenas de se sentir confiante e tranquilo. Os que verdadeiramente necessitarão de ajuda serão bastante menos.
Não precisamos de “superpais” como também não precisamos de “superfilhos”.

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