Finalmente. Os prémios atribuídos a atletas paralímpicos por bons resultados em Jogos Paralímpicos,
Campeonatos do Mundo ou Campeonatos da Europa estão equiparados aos dos outros atletas em competições da mesma natureza. Os prémios, para além de equiparados, também foram aumentados. A portaria que o determina foi publicada no dia 27 e é uma boa
notícia neste final de ano.
No entanto, se bem se recordam, o
apoio à preparação de atletas olímpicos é de geometria variável, ou seja, se
forem atletas olímpicos têm acesso a um apoio social significativamente
superior aos atletas olímpicos que são cidadãos com deficiência, chamam-lhes
atletas paralímpicos. Recordo que na votação do OGE para 2018 a Assembleia da
República chumbou com votos contra do PS e a abstenção do PSD um processo
faseado de equiparação.
Ao que foi dito o brutal impacto
financeiro da medida, 700 000 euros, torna a argumentação do “centrão” é
patética, para ser simpático.
Também por estas razões insisto
numa das minhas utopias, um dia teremos apenas Jogos Olímpicos em que todos as
provas, de todos os desportistas, se realizem no mesmo espaço de tempo e nos
mesmos espaços físicos de acordo, evidentemente, com as exigências específicas.
Não é impossível em termos de
organização e assim como não consigo aceitar que uma piscina pública seja
frequentada por um grupo de pessoas com deficiência em “horário próprio” com
"pistas reservadas", também acho que as pessoas, todas as pessoas,
podem competir num mesmo evento nas respectivas provas.
Lembro-me sempre da afirmação de
Biesta, a história da inclusão é a história da democracia e, do meu ponto de
vista, também passa por aqui.
Só depende de nós.
Sim, eu sei, é um sonho olímpico.
Será, mas não é seguramente paralímpico.
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