domingo, 5 de outubro de 2008

PROFESSOR

Um Domingo muito comprido apenas me permitiu chegar agora a este canto. Da agenda, duas referências, a implantação da Republica e o dia Mundial do Professor. Algumas notas sobre o Professor.
Sem novidade, tenho para mim que putos e professores são os dois grupos em que assenta qualquer comunidade. Os putos porque são o futuro e os professores porque, naturalmente, o preparam. Hoje em dia e em Portugal, este entendimento ainda me parece mais justificado porque, devido a ajustamentos na organização social e familiar e, é minha convicção, devido a políticas educativas inadequadas, os putos passam tempo excessivo na escola, diminuindo a influência real das famílias no quotidiano dos miúdos o que sobrevaloriza o papel da escola através dos professores.
Raramente a profissão professor tem estado tanto em foco como nos últimos anos. Opções políticas assumidas e em curso têm contribuído para esta atenção, pelas boas e pelas más razões. Não cabe aqui um balanço, e entendo que, tal como os putos, os professores não têm sempre razão. No entanto, gostava de deixar algumas notas. Em primeiro lugar, parece-me de sublinhar que nos estudos de confiança profissional, os cidadãos continuam a evidenciar elevados níveis de confiança nos professores, contrariamente ao verificado em profissões como político. Parece-me ainda de referir que ser professor no ensino básico e secundário por razões conhecidas e por vezes esquecidas, é hoje uma tarefa de extrema dificuldade e exigência que social e politicamente justifica o maior reconhecimento. Quero ainda acentuar que a responsabilidade ética de um professor o deveria impedir de posições comportamentos e discursos que, por vezes, emergem e que sempre me embaraçam.
Para finalizar gostava de deixar uma ideia do enorme João dos Santos, “O Professor João, foi meu professor porque foi meu amigo” e uma convicção pessoal que a idade cada vez mais cimenta, qualquer professor ou educador, mais do que aquilo que sabe, ensina aquilo que é. A prova é que dos professores todos que connosco se cruzaram, os que mais nos marcaram positivamente foi pelo que foram e não pelo que nos ensinaram.

3 comentários:

Anónimo disse...

A propósito de João dos Santos: Porque é que ouvimos falar em tantos nomes (nomeadamente nas faculdades de psicologia)e nunca ninguém fala neste homem? Na importância que teve na nossa sociedade, ao nível da criação de instituições para crianças?

É caso para dizer: "Se não sabe porque é que pergunta?"

Abraço para si.

Elfrida Matela disse...

Eu gostaria de fazer aqui uma homenagem. Tive diversos professores, aliás como qualquer outra pessoa que passou muitos anos nos bancos da Escola. Mas houve um, em especial, que me deixou saudades: professor José Antunes Ferreira, carinhosamente apelidado de "Zequinha" pelos seus alunos. Foi meu professor de Português do 3º ao 5º ano (actuais 7º e 9º) e mais tarde de Latim no Secundário, no Liceu Pero de Anaia na Beira, Moçambique. A ele devo, em grande parte, a paixão pela leitura, o poder da imaginação. Com ele aprendi também que as aulas não têm de ser uma seca e que querer ser melhor não passa por pisar os outros. Onde quer que esteja, bem haja, professor Zequinha!

Anónimo disse...

Se hoje também faço parte deste grupo (dos profs) devo-o, em primeiro lugar, à minha professora primária, pois foi ela que insistiu com o meu pai, para que eu prosseguisse os estudos. Ainda assim, levou 2 anos a convencê-lo! Depois a minha professora de alemão do 6º e 7º anos (actuais 10º e 11º)deu-me aquele empurrão que tanta vezes nos faz falta: vá à luta, se é isso que quer fazer.
E depois estou a escrever aqui, porque a minha filha é sua aluna e recomendou-me uma visita a este espaço.
Há professores que deixam marcas nas nossas vidas para sempre!Pena é que nem todas sejam boas.

Um abraço

A.B.