sexta-feira, 11 de outubro de 2013

MÃE ADOLESCENTE

Por mais regulada que esteja a nossa vida em comunidade e fortes as nossas convicções a realidade sempre encontra forma de nos desafiar e criar a dúvida, o dilema.
Vem esta introdução a propósito da situação divulgada na imprensa de uma adolescente de 14 anos que violada pelo pai decide levar a gravidez resultante até ao final.
De acordo com a lei, a adolescente a partir dos doze anos pode ser ouvida e o Tribunal ajuizando da sua maturidade aceita, ou não, a sua decisão. No caso e contrariamente à opinião do Ministério Público que defendia a interrupção da gravidez, permitida nesta situação, a adolescente decide assumir a gravidez.
Como é evidente levanta-se uma série de questões de natureza diversa e complexa, a maturidade e preparação para a maternidade, a situação dessa criança, o peso das variáveis de natureza psicológica que podem influenciar a decisão da adolescente, os limites da lei, os direitos individuais e auto-determinação, etc.
Qualquer opinião que possamos emitir, não passa disso mesmo, uma opinião que não mexe com a substância da situação, esta menina precisa de apoio e ajuda cuidar do menino ou menina que carrega e que vai chegar ao mundo com um fardo que não merecia.
A qualidade da maternidade não depende só da idade, esta menina não está a condenada a ser má mãe, a comunidade é que estará condenada a dar-lhe protecção e apoio. O apoio e a protecção que o seu pai criminosamente não lhe deu.

1 comentário:

não sei quem sou... disse...

Neste caso concreto e na minha modesta opinião já que o apoio actual á adolescente não a consegue convencer a interromper a gravidez, o grande problema está a jusante.

Ou seja, quem vai pagar este crime paternal? será a criança que ao longo da sua vida carregará o estigma de ter como pai o próprio avô ou vice-versa.

Vai ser um fardo pesadíssimo!

Será que a maturidade da adolescente foi bem ajuízada? A lei não deveria ir mais além, talvez até á maioridade, na idade de livre escolha dos adolescentes ?

Uma cabeça de 18 anos tem mais discernimento que uma de 14 anos.


VIVA!