terça-feira, 22 de outubro de 2013

O GENIOZINHO MOEDAS, AS PALAVRAS QUE OFENDEM

O Geniozinho Carlos Moedas um empregado dos mercados que faz parte da equipa de feitores que nos governa em nome da Troika afirmou hoje que “O ponto em que estamos hoje é de grande esperança para o país”. Acrescentou, “o que diferencia Portugal tem sido esta capacidade de cumprir e, logo, de poder contar com o apoio dos parceiros em tudo aquilo que podem dar”. Esclarece ainda que Portugal está a preparar um "seguro" que proteja a sua entrada nos mercados.
Antes de umas notas breves queria recordar que o Geniozinho Moedas afirmou em Maio que as pessoas “só acabam com os maus hábitos quando enfrentam choques”, para exemplificar o que tem estado a ser realizado na economia portuguesa o que na altura me pareceu um insulto.
Diz então o iluminado Moedas que Portugal tem cumprido e conta, portanto, pode contar com o "apoio" dos parceiros em tudo aquilo que podem dar.
Talvez fosse de afirmar que Portugal "cumpre" mas não se cumpre. Três milhões de pessoas em risco de pobreza, mais de um milhão de desempregados, mais de metade dos quais sem subsídios a que acresce um desemprego jovem que rouba o futuro e obriga a partir, cortes brutais nos rendimentos das famílias em nome de um salvífico empobrecimento decorrentes de uma colossal carga fiscal que esmagou a classe média e as empresas que registaram muitos milhares de falências, cortes pesadíssimos na educação e nos apoios sociais que roubam dignidade e direitos, etc. Sim Geniozinho Moedas, nós cumprimos mas não nos insulte com a referência à esperança, fale com as  pessoas na rua e pergunte-lhes onde guardam a esperança, mas um conselho, cuide da sua segurança.
Diz ainda que podemos contar com o apoio dos parceiros em tudo aquilo que podem dar. Dar? Alguém nos deu alguma coisa? Impuseram um negócio com juros "interessantes", por assim dizer, lucrativo para os mercados que sustentam o Geniozinho Moedas e nos quais terá o seu lugar de recuo, como agora se chama quando acabar a missão de nos salvar, empobrecendo-nos.
Uma nota final para o "seguro" referido pelo Geniozinho Moedas. É evidente, faz parte da sua função de empregado dos mercados, criar as condições para que estes não corram riscos com o dinheiro que investem nos negócios que nos impõem. Assim, cria-se um "seguro" que gaanta que os sagrados mercados que não se podem zangar, enervar e muito menos perder dinheiro, possam receber os seus dividendos. Como disse, o Geniozinho Moedas, nós cumprimos, pobres, muito pobres, mas honestos, justamente o contrário dos mercados e dos seus empregados, ricos, muito ricos, mas desonestos.
Há discursos com os quais não podemos deixar de nos sentir ofendidos e indignados, chocados, por assim dizer.

2 comentários:

Anónimo disse...

Enfim,um farol de inteligência como alguém notou na campanha eleitoral quando afirmou, num debate na TV, que a chegada do PSD ao Governo ia acalmar os mercados e baixar as taxas de juro as taxas de juro da divida soberana... Contudo, pelos votos obtidos, com tanta promessa eleitoral, muitos houve que tiveram inteligência igual!

Zé Morgado disse...

Mas conseguiu "reformar" o Estado e veja-se o estado em que estamos.