A informação é, reconhecidamente, um instrumento de cidadania absolutamente imprescindível, sou dos que ainda conheceu a censura. No entanto, também não posso esconder a inquietação e a náusea provocada por tudo o que vai sendo conhecido, afirmado e promovido como se fosse informação. É insustentável.
Nas redes sociais pode
encontrar-se através de escrutínio severo alguma informação, mas predomina o
pântano, mas, bem mais grave e preocupante do meu ponto de vista, é uma
imprensa, boa parte dela, que, sustentada em agendas variadas, também alimenta
esse pântano.
Ainda temos, e é grave que assim
seja, o pântano em que se atolam lideranças de diferentes sectores e entidades com
afirmações e comportamentos que, para além de muitos deles nos lesarem, ainda
destratam a inteligência, a ética ou a cidadania.
A náusea atinge-nos quando muita
desta gente se afirma de consciência tranquila. Na verdade, imensas figuras que
evidenciam comportamentos absolutamente deploráveis do ponto de vista ético e
político e mesmo de natureza criminal sempre afirmam que o que disseram ou
fizeram foi com “sentido de estado”, quando é o caso, ou estão com a consciência
tranquila.
Na maioria das situações estas
afirmações são um insulto à nossa inteligência e sustentam a baixa
credibilidade que a generalidade da classe merece por parte dos cidadãos e o
afastamento destes do envolvimento cívico reduzido quase exclusivamente às incidências
da partidocracia e ao aparelhismo partidário onde se aprenderá o “sentido de
estado” e as técnicas de “tranquilização da consciência”.
Na verdade, em milhentas
situações e de escala variável na “dimensão” das figuras envolvidas, “sentido
de estado” remete mais para “servi-me do estado” e o recurso a “consciência
tranquila” só pode justificar-se pelo ignorar intencional do que significa consciência.
A teia de favores, jeitos, lugares
bem remunerados, o joga das cadeiras em empresas, etc., é um polvo gigantesco
que mina a democracia.
Onde estão os meus
"Vomidrine”?
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