No calendário das consciências assinala-se hoje o Dia Mundial da Saúde Mental. Vários trabalhos na imprensa abordam a questão o que, relativamente ao que se passava há alguns anos, representa uma diferença significativa de tratamento e importância atribuída apesar do muito que ainda precisamos de caminhar.
A generalidade dos indicadores aponta para uma maior
incidência de problemas nesta área afectando todas as idades.
De acordo com o Infarmed, nos primeiros seis meses do ano venderam-se
10.871.282 de embalagens de ansiolíticos, sedativos, hipnóticos e antidepressivos,
cerca de 60000 por dia, um acréscimo de 4,1% face a 2021 traduzindo-se num
encargo de 32,5 milhões de euros para o SNS.
A estes dados faltará do volume de situações de mal-estar
não abordadas através dos fármacos, as não tratadas e o contributo da
automedicação apesar da exigência de prescrição médica para este consumo. Este
quadro levará a que o número de consumidores seja superior às prescrições e
número global de situações de mal-estar seja bem superior aos indicadores de
consumo.
Ainda não há muito tempo aqui referi um estudo divulgado em
2021 realizado pelo investigador na área da economia da saúde da Nova SBE, Pedro
Pita Barros, “Acesso a cuidados de saúde - As escolhas dos cidadãos 2020, em
que se referia que 10% dos portugueses não vão ao médico quando sentem algum
mal-estar e que desta população, 63% recorre à automedicação.
Também o número de pedidos de ajuda ao Centro de Apoio
Psicológico e Intervenção em Crise do INEM para situações mais graves,
comportamentos suicidários por exemplo, aumentaram 4,1% face ao mesmo período
do ano passado.
A estes dados faltará do volume de situações de mal-estar
não abordadas através dos fármacos, as não tratadas e o contributo da
automedicação apesar da exigência de prescrição médica para este consumo. Este
quadro levará a que o número de consumidores seja superior às prescrições e
número global de situações de mal-estar seja bem superior aos indicadores de
consumo.
Ainda não há muito tempo aqui referi um estudo divulgado em
2021 realizado pelo investigador na área da economia da saúde da Nova SBE,
Pedro Pita Barros, “Acesso a cuidados de saúde - As escolhas dos cidadãos 2020,
em que se referia que 10% dos portugueses não vão ao médico quando sentem algum
mal-estar e que desta população, 63% recorre à automedicação.
Um estudo coordenado pela Escola Superior de Enfermagem de
Coimbra durante o ano lectivo 21/22 envolvendo 5.440 jovens, com uma idade
média de 14 anos e de mais de 150 escolas do Continente e Madeira encontrou
sintomas de depressão em 42% dos adolescentes. Este este aumento está em linha com
outros estudos, nacionais e internacionais.
Os efeitos da pandemia e as dificuldades que agora se vivem terão
um impacto severo no bem-estar de de pessoas e famílias como, aliás, salienta
Miguel Xavier, coordenador nacional das políticas da Saúde Mental, em entrevista ao DN.
Na mesma entrevista, Miguel Xavier mostra alguma confiança
no processo de reforma dos serviços de saúde mental que está em curso.
Numa outra entrevista em Julho Miguel Xavier afirmava que
“Os problemas de Saúde Mental previnem-se antes de aparecerem. Através de bons
programas de parentalidade, bons programas sociais, como os programas de apoio
às populações vulneráveis”, o que envolve a necessidade de políticas
integradas, mas também sublinha a importância dos recursos adequados.
Esperemos que assim seja, a saúde mental tem sido o parente pobre
das políticas públicas de saúde.
Existe muita gente a passar mal, pode ser na casa ao lado.
No entanto, como agora se diz, somos resilientes e queremos
viver, seremos capazes de continuar.
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