Ontem, em intervenção no Parlamento, o Ministro da Educação afirmou que “tivemos um arranque de ano letivo que começou com tranquilidade, com as escolas a abrirem como planeado, sem sobressaltos, neste que foi um ano de profunda transformação no que toca à preparação do ano letivo e, pela qual ouso dizer, o país quase não deu conta”.
Muito provavelmente o Senhor Ministro
tem razão, o país, ou parte dele, não se deu conta da tranquilidade com que o
ano lectivo começou.
Por outro lado, estranhamente, deu
conta que milhares de alunos não têm aulas, que existem ainda dificuldades nos
recursos e equipamentos, que os discursos de muitos professores, não estou sequer
a falar dos seus representantes expressam mal-estar e cansaço que tem vindo a acentuar-se
como diferentes estudos evidenciam. E não, as baixas médicas não são A causa da falta de professores. Esta falta deve-se a algumas das políticas públicas de educação que promoveram desencanto, injustiça, desvalorização social e profissional ou falta de atractividade pela carreira.
O país, ou parte dele, também se
deu conta que em muitos contextos a “municipalização” tem criado alguns
embaraços ao funcionamento das escolas ou que o Plano de Recuperação das
Aprendizagens também vai conhecendo alguns … sobressaltos.
Enfim, como o Ministro da Educação também afirmou há pouco tempo, a realidade é desafiante, A realidade é, de facto, desafiante e não é a projecção dos nossos desejos ou o que afirmamos que é.
Reconhecer as dificuldades e a sua natureza é um passo imprescindível para minimizar os seus efeitos, nem me atrevo a escrever ultrapassar as dificuldades.
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